quinta-feira, 22 de julho de 2010

Estruturação lança campanha a favor
da doação de sangue por gays
 e homens bissexuais


“Estou muito triste. Fui doar sangue e o hemocentro não aceitou porque sou gay. Caramba, eu faço sexo seguro e só com meu namorado, mas não adiantou argumentar. Eu me senti humilhado”. Esse é um dos tipos de mensagem mais freqüentes que o Estruturação – Grupo LGBT de Brasília recebe.


São homo ou bissexuais masculinos que viveram concretamente o que determina as regras da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa): homens que tenham feito sexo com homem nos 12 meses anteriores à doação são proibidos de doar sangue.

Para mudar essa situação, a entidade lançou a campanha Mesmo Sangue. Mesmo Direito. O objetivo é promover mobilização tanto de LGBTs quanto de héteros para que participem de consulta pública realizada pelo Ministério da Saúde sobre o tema. Até 2 de agosto, o órgão receberá sugestões sobre as regras de doação.

“É o momento de agirmos. Uma consulta pública é feita justamente para ouvir a sociedade. Então, que a gente se faça presente no debate e demonstre o quanto a norma atual é preconceituosa”, explica Welton Trindade, diretor do Estruturação.

No site da campanha, há matérias jornalísticas com estudiosos, políticos e ativistas contrários ao veto, uma série de argumentos sobre porque a proibição é inadequada e instruções a respeito de como participar da consulta pública. A logomarca da campanha foi criada pelo designer Tagore Vilela, voluntário do Estruturação.

“O que queremos? É simples. Que as mesmas regras aplicadas aos héteros sejam colocadas para nós. Se um hétero é vetado por ter feito sexo sem camisinha, defendemos que um gay também receba o mesmo tratamento. Não dá para continuar como é hoje: nem querem saber se fazemos sexo seguro ou não. Se somos homossexuais, bissexuais ou outros homens que fizeram sexo com homem (que não se identificam como gay ou bi), nada mais vale. Somos vetados e ponto” diz Trindade.

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