Eduardo Barbosa pede demissão
do Departamento de Aids
Eduardo Barbosa |
A amigos íntimos, Eduardo disse que mesmo com muitos pedidos para que ele ficasse na função, o “preço disso seria muito alto”. Eduardo contou que Dirceu saiu “aliviado”, pois a sua honra estava em jogo. O diretor-ajunto afirmou ainda que, assim como Dirceu, não poderia mais ficar no cargo por questões de princípios.
Nesta semana, o ministro Padilha recuou e mandou retirar a peça "Eu sou feliz sendo prostituta" da página do Departamento de Aids. O material integrava uma campanha do ministério nas redes sociais para prevenção do HIV e redução do preconceito, fazendo referência ao Dia Internacional das Prostitutas, 02 de junho. Ao jornal O Estado de S.Paulo, o ministro afirmou que o material estava em teste. "Enquanto for ministro, uma peça como essa não fará parte de campanha", disse.
Em seu microblog twitter, Padilha declarou que as campanhas de prevenção continuarão sendo veiculadas e que o “bom senso” fez a campanha ser retirada.
Denominada por ativistas como “censura”, esta foi a terceira vez que a Pasta vetou um material produzido pelo Departamento de Aids para tratar de questões relacionados à sexualidade.
No início de 2012, após descontentamento até da presidenta Dilma Rousseff, Padilha recuou da campanha que seria lançada com foco nos jovens gays para a prevenção do HIV no Carnaval. No último mês de março, a Pasta, por determinação da Presidência, havia mandado recolher um kit de prevenção das DST/aids dirigido a adolescentes. O material abordava temas como homossexualidade, drogas e gravidez. O ministro da Saúde, assim como fez nesta terça-feira, justificou na época que a distribuição tinha sido feita à revelia dele.
Da luta pessoal contra o HIV à direção-adjunta do Departamento de Aids
Eduardo Barbosa estava desde maio de 2007 na direção-adjunta do Departamento, onde ingressou em 2004, como responsável pela Unidade de Articulação com a Sociedade Civil e Direitos Humanos.
Ex-professor na rede de ensino estadual de São Paulo, Eduardo atua na área das DST/Aids desde 1988, quando começou a promover oficinas de prevenção, cidadania e boletins informativos.
Em 1994, a partir do seu diagnostico positivo para o HIV, passou a atuar mais diretamente na área da saúde, integrando o Grupo de Incentivo a Vida (GIV), em São Paulo. Posteriormente atuou na Rede Nacional de Pessoas Vivendo com HIV/AIDS (RNP+) e no Fórum de ONG/Aids do Estado de São Paulo até setembro de 2004, onde foi presidente.
Redação da Agência de Notícias da Aids
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