sexta-feira, 20 de junho de 2014

 “Mulheres do 3º Milênio” 
é um perfil de ajuda e 
informações sobre a cirurgia 
de redesignação sexual

Veridiana e Cibele moderadoras do perfil

As amigas Cibelle de Oliveira Montini e Veridiana Melo Ribeiro  passaram pela cirurgia de redesignação sexual [popularmente conhecida como mudança de sexo] em meados dos anos 2000 - uma em Londres e outra na Tailândia, respectivamente. Após trocarem figurinhas e compartilharem as dificuldades do procedimento, descobriram que, embora o tema esteja em evidência desde os anos 80, há muitas dúvidas que ainda hoje permeiam quem almeja se submeter à cirurgia. Foi então que decidiram se unir e criar o perfil  "Mulheres do Terceiro Milênio" no Facebook. Um grupo de apoio a quem almeja passar pela CRS.

A página, pela sua interatividade, informativa e sensível às situações das integrantes, se tornou o ponto de encontro e informação para 201 mulheres, que dividem confidências, experiências,  e discutem sobre as várias técnicas cirúrgica,  além do pós-cirurgia e os resultados de todo o processo transexualizador -  ainda fazem alertas sobre os males do silicone industrial. "Quando fui fazer a cirurgia, que é tão delicada e irreversível estava desolada e desesperada pela possibilidade do erro e pelas várias dúvidas que não foram sanadas", diz Veridiana. "O grupo foi criado para dividir experiências e passar informação que não tivemos em nossa época", complementa Cibelle.

As dúvidas mais frequentes giram em torno do orgasmo pós-CRS, sensibilidade, funcionabilidade, a primeira relação sexual, os hormônios, os médicos confiáveis e os quais evitar. Dentre as repostas, há vários relatos pessoais, bem como fotos e vídeos das integrantes. "Falamos sobre tudo e divulgamos imagens sem tabus. Assim como a cirurgia, as dúvidas estão divididas em duas fases, a funcional e a estética. O maior erro é a desinformação", defende Cibelle, que pelo trabalho voluntário afirma ter salvado muitas "meninas das mãos de açougueiros"  

Sim, elas encontram diariamente pessoas que enfrentam inúmeros erros decorrentes de uma cirurgia mal feita. De acordo com Veridiana, há mais de 130 mulheres que vivem grande sofrimento por conta dos erros médicos pela CRS, sejam eles funcionais ou estéticos. "Geralmente, o médico que erra no funcional também erra na estética. A estética é importante - e há casos em que ela se parece com tudo, menos com uma vagina - porém a funcionabilidade e a sensibilidade são as maiores reclamações. E, o pior, é que outros médicos se recusam a fazer os reparos. Infelizmente o Brasil está muito longe de uma boa CRS", lamenta.

"Quando muitas meninas divulgam os resultados de alguns médicos, todas ficam horrorizadas. Acabamos prevenindo novos casos".

Os erros que ninguém fala

Dentre os debates, Cibelle aponta para os problemas no atendimento médico - seja ele referente à cirurgia ou a problemas de saúde que não estejam relacionados.  "Os profissionais da saúde em geral não estão preparados para lidar conosco e, em casos de problemas, como uma infecção vaginal, que não está relacionada à cirurgia, muitas vezes não sabem se nos mandam para um ginecologista ou urologista. Ficam perdidos e nos fazem sentir mulheres esquecidas. Não entendo porque o governo dá apoio para as meninas fazerem a redesignação sexual pelo SUS e depois não dá o mesmo subsídio à saúde depois da cirurgia. Não temos sequer apoio psicológico", diz.

"O mais triste é saber que as ONGs e grupos LGBT pouco se importam com essas questões, acham que toda transexual é igual e que todas tem as mesmas necessidades", afirma. "Tanto que o assunto é tratado de maneira superficial em simpósios e encontros de transexuais, como se fosse um tabu, algo misterioso e intocável", concorda Veridiana.

Cibelle afirma ainda que outro grande erro - desta vez, por parte do grupo de mulheres - é querer passar pela cirurgia porque a amiga fez, por status ou por causa do namorado. Ou então, acreditando fielmente que todos os problemas sociais serão resolvidos. "A cirurgia deve ser feita para uma satisfação pessoal, para ter uma satisfação entre o corpo e a mente. O confronto com o espelho era terrível e inaceitável e, em minha opinião, a cirurgia só deve ser feita quando há de fato a negação do órgão masculino e quando a pessoa já passou a ter uma vivência com esta identidade. Não aconselho a redesignação de um dia para o outro".
Mulher mãe, mulher esposa, mulher amiga, mulher ativista

Veridiana frisa que a CRS não se trata apenas de uma cirurgia que vá "mudar a genitália", como é comumente divulgada pela mídia. "Há mudanças significativas na vida de quem realmente sente essa necessidade, não é apenas uma questão estética. Muda tudo em nós. Eu, por exemplo, fiquei tão emotiva que choro por qualquer coisa. Fiquei à flor da pele", conta.

“Somos mulheres como qualquer outra”

Apesar do trabalho, as moderadoras alegam que não aceitam a letra T do LGBT e afirmam que não se identificam como transexuais ou mulheres transexuais. "Não nos reconhecemos como tal. Somos mulheres e não algo intermediário, portanto nos chamamos como mulheres do terceiro milênio. Sentimos que somos mulheres como qualquer outra, não diferenciada. Queremos só ser mais uma na multidão e isso já basta", defende Veridiana, que diz que abandonou a comum busca pelo anonimato para ajudar outras semelhantes a combater o preconceito.


"O significado do nome do grupo é justamente em referência à ideia de que ser mulher é algo muito mais amplo que aquele que foi designado ao nascer. E que neste terceiro milênio, com o avanço da medicina as técnicas de CRS, temos a possibilidade de sermos 100% mulheres. Portanto, somos as mulheres do terceiro milênio", continua.

Cibelle afirma que aceita a palavra "trans mulher" quando usada para explicar o contexto. "[Somente a palavra] trans não gostamos, porque transexual é a pessoa que está em trânsito". Ela explica que a vontade de se livrar do preconceito e o fato de já terem concluído o processo pessoal levam muitas trans mulheres a rejeitarem o passado. "Eu, por exemplo, vivo a minha vida de casada com um italiano, tenho uma filha de quatro anos e moro em Milão há 20. Embora não rejeite falar sobre o assunto, não grito aos quatro cantos que passei pela cirurgia. Não quero virar uma atração de circo. Na minha vida cotidiana, discrição é a palavra".

Vale ressaltar que amigas se conhecem há mais de 20 anos e que, embora estejam distantes - uma mora em Milão e a outra reside em Salvador - nunca perderam contato. "Conhecemo-nos no Rio de Janeiro nos anos 90, quando trabalhávamos na rua. Naquela época trans não tinha muita opção não, viu? Depois nos encontramos em Milão e morando de porta a porta", revela Cibelle. "É uma irmã. Fomos vizinhas há muitos anos e trocamos muitas receitinhas de bolo", conta Veridiana.

Música, campanha e leveza

Apesar dos temas sérios e da preocupação com a saúde do grupo, a página não é subsidiada apenas por debates densos.  Em muitos vídeos e postagens, elas dançam, mandam beijos, fazem desabafos, compartilham fotos e reportagens que saíram na mídia. "Também fazemos várias amizades e é maravilhoso a interação com as diferenças", diz Cibelle. Uma grande integrante da página é Carla Blanche, brasileira radicada na Alemanha, que alegra as integrantes com vídeos com dublagens e recadinhos. Sempre inicia com "um, dois, três, gravando" e dedica uma música às internautas.  

Há também campanhas para arrecadar fundos para a cirurgia do silicone das integrantes e o auxílio voluntário de quem se sensibilizar pelos casos. "Muitas me ligam chorando e deprimidas por não conseguirem se olhar no espelho. Pedem permissão para lançar campanhas para arrecadar o dinheiro necessário para as cirurgias. Embora haja quem se manifeste contra, consideramos válido. Temos duas que colocaram agora", conta Veridiana.  

Com pouco mais de um ano, o grupo é fechado, é até então “secreto” e novo integrantes só entram mediante os convites ou solicitações. Tudo devido ao grande número de denúncias, ataques e bloqueios que sofreu anteriormente. "Não desejamos separatismos e adicionamos pessoas que queiram saber mais sobre a CRS. É importante o espaço porque, muitas vezes, meninas são ridicularizadas ao dizer que querem fazer a cirurgia por outras que não querem. Somos uma minoria", diz Cibelle. "O que eu sempre digo é para cada uma seguir o próprio extinto, pois acredito que ninguém nos conhece melhor que nós mesmas", finaliza Veridiana.

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Texto: Neto Lucon
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Para solicitar acesso ao grupo clique AQUI


quinta-feira, 1 de maio de 2014

A força e a coragem 
de um guerreiro

Edilson Ferreira, presidente da AGLEPS
"Se você não tem incentivo de alguém, é bom ter muita força de vontade.” É isso o que faz o ativista LGBT Edilson Ferreira, que aproveita os eventos públicos que acontece no seu município (Caxias/MA) para ganhar algum dinheiro vendendo água mineral e refrigerante, e assim, garantir sua participação no V Congresso da ABGLT (Associação Brasileira de Gays, Lésbicas, Bissexuais, Travestis e Transexuais), que acontecerá no período de 22 a 25 de maio, na cidade de Niterói/RJ.


Trabalho desde meus 12 anos de idade, nunca senti vergonha de nada, já vendi até dindim e pasteis em porta de colégio. O que vier para mim é lucro, quando estou sem grana faço de tudo um pouco, menos roubar” afirma Edilson.

Edilson Ferreira é fundador e atual presidente da Associação de gays, lésbicas e profissionais do sexo (AGLEPS) da cidade de Caxias (MA), onde presta um bom trabalho, tanto social como de lazer, em prol da comunidade LGBT do município.

quarta-feira, 30 de abril de 2014

Editora Escândalo lança 
novos livros com temática 
gay em São Paulo


Parte dos eventos que rolam na semana da Parada do orgulho LGBT de São Paulo, que acontece no próximo domingo, 4 de maio, há um evento cultural imperdível,  a Editora Escândalo realiza em São Paulo (SP), no dia 2 de maio, a partir das 18h, mais uma edição do evento Escandaliza – a Festa Literária da Escândalo –  Edição APOGLBT 2014. A mistura de festa e sarau literário rola no Telstar Hostels, que fica na Rua Capitão Cavalcanti, 171, na Vila Mariana.

O evento tem foco no público interessado em literatura com temática homoafetiva e começa às 18h. Lançamento de títulos, participação de autores, sessões de autógrafos e debates abertos sobre literatura LGBT. Um dos destaques é o lançamento da HQ “Ciranda da Solidão” e da coletânea "Homossilábicas Vol. 3".

A organização promete ainda surpresas, novidades e brindes na festa, que vai ser ao redor da piscina. A primeira edição da Festa reuniu cerca de 100 convidados e apreciadores, e a presença especial de editoras parceiras e mais de 20 autores confraternizando com o público leitor.

Programação
• 18h – Apresentação Autores e Obras da Escândalo.
• 19h – Lançamento A Sesmaria Esquecida de Luciano Cilindro de Souza.
• 20h – Lançamento Homossilábicas Vol. 3, a já tradicional coletânea de autores LGBT da Escândalo. 
Arquidiocese de São Paulo 
defende dignidade dos LGBTs



A Comissão Justiça e Paz da Arquidiocese de São Paulo publicou uma nota, nesta quarta-feira, 30, em “defesa da dignidade, da cidadania e da segurança” dos homossexuais.

Afirma a nota: “Não podemos nos calar diante da realidade vivenciada por esta população, que é alvo do preconceito e vítima da violação sistemática de seus direitos fundamentais, tais como a saúde, a educação, o trabalho, a moradia, a cultura, entre outros.”

A comissão afirma ainda que cidadãos homossexuais “enfrentam diariamente insuportável violência verbal e física, culminando em assassinatos, que são verdadeiros crimes de ódio”.

E também convidam “pessoas de boa vontade e, em particular todos os cristãos, a refletirem sobre essa realidade profundamente injusta das pessoas LGBT e a se empenharem ativamente na sua superação, guiados pelo supremo princípio da dignidade humana”.

Ainda de acordo com a nota, o posicionamento da entidade, “fiel à sua missão de anunciar e defender os valores evangélicos e civilizatórios dos direitos humanos, fundamenta-se na Constituição Pastoral Gaudium et Spes, aprovada no Concílio Vaticano II: “As alegrias e esperanças, as tristezas e angústias dos homens de hoje, sobretudo dos pobres e de todos aqueles que sofrem, são também as alegrais e as esperanças, as tristezas e as angústias dos discípulos de Cristo”, diz o documento.

Fonte: Paroutudo

sábado, 26 de abril de 2014

Daniela Mercury estrela 
campanha da ONU para 
promover direitos dos LGBT’s

Cantora Daniela Mercury

A campanha “Livres & Iguais” da Organização das Nações Unidas (ONU) chega ao Brasil e o lançamento será no dia 28 (segunda-feira).  A campanha aborda a violência contra lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais. E o objetivo da ONU é promover a igualdade e o respeito aos direitos humanos de pessoas LGBT.

O lançamento contará com a presença do prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT), e da cantora baiana Daniela Mercury, Campeã de Igualdade da ONU, que estrela o vídeo da campanha. Também estarão presentes o Representante Adjunto do Escritório para a América do Sul do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos, Humberto Henderson, e o Diretor do Centro de Informação das Nações Unidas no Brasil (UNIC Rio), Giancarlo Summa, representando o Sistema das Nações Unidas no Brasil. A sociedade civil será representada por Keila Simpson, Presidente da Associação de Travestis da Bahia (ATRAS) e vencedora do Prêmio de Direitos Humanos 2013 na categoria LGBT.

O lançamento trará ainda um debate sobre políticas públicas LGBT com Alessandro Melchior, Coordenador Municipal de Políticas LGBT; Fernando Quaresma de Azevedo, Presidente da Associação da Parada do Orgulho GLBT de São Paulo (APOGLBT); Gustavo Bernardes, Presidente do Conselho Nacional LGBT; Thaís Faria, Oficial de Programa da Organização Internacional do Trabalho (OIT); e Leandro Ramos, Representante da AllOut, organização internacional que desenvolve campanhas de mobilização em defesa dos direitos LGBT, que também atuará como moderador do evento.

 “Livres & Iguais” é uma campanha inédita e global da ONU para promover a igualdade de lésbicas, gays, bissexuais e transgêneros. Projeto do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos, implementado em parceria com a Fundação Purpose, “Livres & Iguais” pretende aumentar a conscientização sobre a violência e a discriminação homofóbica e transfóbica e promover um maior respeito pelos direitos das pessoas LGBT, em todos os lugares do mundo.

O evento acontece na segunda-feira, 28, às 18h30, na sede da Prefeitura de São Paulo, Viaduto do Chá, 15, 7º andar. Para participar, deve-se confirmar presença antes pelo site: www.onu.org.br

Veja o vídeo:

quarta-feira, 23 de abril de 2014

Presidente do Zimbábue, 
“o Hitler negro”, quer 
expulsar do país os 
diplomatas estrangeiros 
que defendem os direitos 
dos homossexuais.

Mugabe imita  o ditador Hitler até no pigodinho
Robert Mugabe, presidente do Zimbábue e conhecido como o “Hitler Negro”, em discurso para comemorar os 34 anos de independência do país, ameaçou na última sexta-feira, 18, expulsar do país os diplomatas estrangeiros que defendem os direitos dos homossexuais.

O discurso foi proferido durante um ato no Estádio Nacional de Esportes, em Harare. Mugabe afirmou que o Zimbábue não lutou para se tornar independente do Reino Unido para se transformar em um “território homossexual”.

“Não, nunca teremos isso aqui”, gritou o líder, de 90 anos, conhecido por sua feroz homofobia.

“Se há diplomatas que falam do homossexualismo, digam-me e os tiraremos do país sem nenhuma desculpa. Nem sequer o escutaremos”, advertiu o chefe de Estado em uma parte do discurso dedicado à Europa, acusada por Mugabe de não ter “princípios”.

“Eles (os europeus) inclusive negam que é um erro se um homem pratica sexo com outro homem”, acrescentou Mugabe.

A União Europeia (UE) mantém sanções contra o presidente e sua esposa em função de supostos abusos contra os direitos humanos e irregularidades eleitorais no Zimbábue.

Não é a primeira vez que Mugabe ataca os homossexuais, a quem chegou a qualificar como “piores que porcos e cachorros”.

Fonte: Exame.com


domingo, 20 de abril de 2014

O ator Robert De Niro fez documentário sobre seu pai 
que era gay


Robert De Niro decidiu mostrar detalhes bastante íntimos de sua família em um documentário produzido por ele para a HBO. A obra, que vai ao ar em junho nos Estados Unidos, foi baseada no diário do pai dele: um pintor que se separou da mulher, a mãe do ator, quando percebeu que era homossexual.

Robert De Niro Sr., o pai, manteve uma boa relação com a ex-mulher depois do divórcio e esteve muito presente na vida do filho, que só iria descobrir o motivo da separação vários anos depois. “Eu fiz isto por ele”, disse De Niro, o filho, durante a apresentação do documentário no Sundance Film Festival, festival de cinema que acontece todo ano em janeiro.

O filme é, diz ele, uma homenagem ao pai, cujas pinturas foram exibidas em galerias do mundo todo. O documentário seria apenas um trabalho pessoal, para ser dividido com a família, mas os produtores convenceram De Niro a compartilhá-lo com o mundo.

O pai de De Niro era um pintor abstrato que, por volta dos anos 1950, começava a ter sucesso com seus quadros, mas estava sentimentalmente insatisfeito e havia caído em depressão. O documentário, chamado Remembering the Artist Robert De Niro Sr., tem 40 minutos de duração, e estreia na HBO em junho. O pintor morreu em 1993, vítima de um câncer na próstata, aos 71 anos.

Fonte: GQ Brasil

sábado, 19 de abril de 2014

Pena de morte para 
ex-muçulmanos e 
homossexuais em Brunei


A lei foi alterada e quem se declarar não-muçulmano, ou seja, homossexual pode morrer por apedrejamento.

Esta nação predominantemente muçulmana do sudeste asiático adotou um novo código penal onde elege a pena de morte por apedrejamento por vários "crimes", como a homossexualidade, adultério, violação e para as pessoas que afirmarem que não são muçulmanas. No código anterior a prática sexual entre pessoas do mesmo sexo era punível com pena até 10 anos de prisão.
O alto comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos apelou ao estado do Brunei que adiasse a aplicação da nova lei. Rupert Colville, porta-voz do Alto Comissariado disse que a lei da pena de morte para uma ampla gama de delitos é contrária ao direito internacional.
“Instamos o governo a adiar a entrada em vigor do novo Código Penal e proceder a uma revisão global assegurando a sua conformidade com as normas internacionais de direitos humanos" disse Colville que acrescentou, “sob a lei internacional apedrejar pessoas até à morte constitui tortura ou punição cruel e desumana ou degradante e, é portanto claramente proibida”.
Segundo Ruper Colville a criminalização e aplicação da pena de morte para sexo consentido entre adultos e em privado viola uma série de direitos, incluindo o direito à privacidade, à igualdade perante a lei, o direito à saúde e à liberdade de prisão e detenção arbitrária.
Rupert Colville acrescentou ainda que Brunei não usava a pena de morte oficialmente desde 1957 e espera que o governo vá trabalhar para proibir inteiramente, advertindo que a disposições presentes no novo código que está previsto para entrar em vigor ainda este mês pode incentivar ainda mais a violência e a discriminação com base não só no gênero como na orientação sexual.

quinta-feira, 17 de abril de 2014

Estivador é demitido 
depois de se assumir gay

Maycon e Donizeti vivem juntos há 15 anos

O estivador e ex-boxeador profissional, Donizeti Machado Junior, 39 anos, procurou o Sindicato dos Estivadores em Santos, no litoral de São Paulo, e agora diz que vai denunciar a empresa na Justiça do Trabalho por danos morais e intolerância sexual.

Rodnei Oliveira da Silva, presidente do Sindicato dos Estivadores de Santos,  diz que ficou surpreso com a atitude da empresa.  “Primeiro o sindicato ficou totalmente estarrecido com essa questão. Fomos pegos de surpresa. Vivemos no embate com essa empresa e as demais, mas nunca esperava ter uma discussão nestes termos. É um problema ainda maior uma empresa com um nome forte em toda a América Latina estar tomando uma atitude dessas”, diz.

Rodnei afirma que o Sindicato dos Estivadores já acionou o departamento jurídico e designou um advogado para tratar do caso, assim como disponibilizará atendimento psicológico para o profissional e seu companheiro. “Estamos prestando amparo com o associado que sempre teve conduta honrosa, sempre cuidou de suas obrigações e não há nada que desabone a conduta dele. Sempre foi um companheiro respeitador, então esperamos que seja feita Justiça, um reconhecimento ao direito dele que foi violado”, declara.

O desentendimento entre Donizeti e a Santos Brasil teria começado, de acordo com o estivador, no momento de assinar o plano de saúde, quando ele colocou o companheiro, Maycon Lopes Simões, como seu beneficiado. O presidente do sindicato diz que o mesmo procedimento ocorreu no momento da assinatura do plano fornecido para os sindicalizados. “Possuímos um plano de saúde junto à Santa Casa, um plano da categoria, seus familiares e seus dependentes. Tanto o sindicato quanto a Santa Casa reconheceram o Maycon como companheiro e entendem que é um direito deles”, relata.

O advogado responsável pelo caso, Renato Vieira Ventura, diz que recebeu as informações de Donizeti e já apresentou documentação preliminar. “Na próxima quarta ou quinta-feira estaremos ingressando com uma ação judicial contra a empresa para buscar os direitos dele. O que a empresa fez é algo deplorável. A Justiça vem ao longo dos anos repreendendo de maneira forte toda e qualquer atitude de uma empresa com relação ao funcionário e atitude como essa, de preconceito com relação a opção sexual dele”, afirma.


Dependendo do resultado do processo, a empresa pode ser obrigada a pagar um valor de 100 a 300 salários do funcionário como indenização a título de dano moral. “Juridicamente ele sofreu um dano moral, e esse dano moral é que vamos buscar o ressarcimento. Com relação ao preconceito, o crime em si, a gente vai pedir dentro da ação a expedição de ofício para o Ministério Público do Trabalho, para o Ministério Público Estadual e Federal para que se apure a prática do delito que a gente entende que também ocorreu”, conclui.

Fonte: G1
Resolução garante espaço 
exclusivo aos LGBT 
em penitenciárias


Resolução publicada no Diário Oficial da União desta quinta-feira, 17, estabelece parâmetros de como devem ser tratados lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais (LGBT) em instituições de privação de liberdade Uma das determinações é que a pessoa travesti ou transexual tem o direito de ser chamada pelo nome social, de acordo com seu gênero. O nome social deve, inclusive, constar no registro de admissão no estabelecimento prisional.

Outro item da resolução estabelece que deverão ser oferecidos espaços de vivência específicos às travestis e aos gays privados de liberdade em unidades prisionais masculinas. A transferência da pessoa presa para o espaço de vivência específico ficará condicionada à sua expressa manifestação de vontade.

As pessoas transexuais masculinas e femininas devem ser encaminhadas para as unidades prisionais femininas, registra o texto. Às mulheres transexuais deverá ser garantido tratamento isonômico ao das demais mulheres em privação de liberdade.

Deve ainda ser garantido à pessoa LGBT, em igualdade de condições, o benefício do auxílio-reclusão aos dependentes do segurado recluso, inclusive ao cônjuge ou companheiro do mesmo sexo. A resolução prevê também que ao travesti ou transexual preso seja permitido o uso de roupas femininas ou masculinas, conforme o gênero, e a manutenção de cabelos compridos, aos que desejarem, garantindo os caracteres secundários de acordo com sua identidade de gênero.

Outro ponto garante o direito à visita íntima para a população LGBT, a exemplo do que ocorre com os demais presos. Já à pessoa travesti, mulher ou homem transexual em privação de liberdade, devem garantidos a manutenção do seu tratamento hormonal e o acompanhamento de saúde específico.

A transferência compulsória entre celas e alas ou quaisquer outros castigos ou sanções em razão da condição de pessoa LGBT são considerados tratamentos desumanos e degradantes, segundo a resolução. 

Fonte: Terra


Após união com Rússia, 
Crimeia proíbe manifestações 
LGBT com base em lei 
russa anti-gay

Simferopol, capital da Crimeia
A anexação da Crimeia à Rússia afetou os Direitos Humanos relacionados à comunidade LGBT. Nesta quarta-feira, 16 de abril, a capital da Crimeia, Simferpol, e a cidade de Sevastopol vetaram a manifestação de quatro ações de minorias sexuais, se baseando em uma lei que proíbe a liberdade de expressão de homossexuais.

Um recurso será aberto no tribunal das duas cidades, e “se necessário, a discussão será levada aos organismos internacionais como o Comitê da ONU sobre os Direitos Humanos e a Corte Europeia”, informou Nikolai Alexeyev, líder da comunidade LGBT russa.

A região da Crimeia fazia parte da Ucrânia até a intervenção Russa, com cerca de 2 mil soldados, ocorrida no dia 28 de fevereiro. A partir deste momento, todas as leis russas começaram a valer neste território, que tem como litoral o Mar Negro. 
Paraíso gay 
da Crimeia em perigo


Simeïz é uma pequena cidade da Crimeia com uma população de 4 mil habitantes e que sempre acolheu os homossexuais russos, mas com a tomada da Crimeia pela Rússia os habitante da cidade estão preocupados com a lei “anti-gay” que vigora na Rússia.

Há 40 anos que esta pequena cidade balneária, localizada entre os montes da Crimeia e o mar do Norte, no extremo sul da península, a 20 quilômetros de Yalta, acolhe os gays, de toda a Rússia.

terça-feira, 15 de abril de 2014

Anderson Silva diz que vários 
gays do MMA ainda 
não se revelaram

Lutador de MMA, Anderson Silva

Anderson foi questionado se há muita discriminação contra homossexuais nas artes marciais mistas e disparou: “Acho que não tem preconceito, mas tem homossexuais no MMA. Tem vários que não se revelaram ainda. Acho que hoje em dia é uma coisa tão boba não expressar o sentimento. Desde que você respeite o espaço das pessoas, respeite seus limites. Você tem que viver sua vida em paz e ninguém tem nada a ver com isso”.

“O fato de o cara ser gay não quer dizer que ele vai te assediar. Ele pode ser gay, ter um relacionamento, pode conviver em grupo com caras que não são gays. Ele faz o que quiser da vida particular dele”, declarou.

Metrossexual assumido, o atleta de trinta e nove anos revela que seus companheiros de treinamento tiram muita onda na academia e revela que inclusive já duvidaram da sua masculunidade. Anderson Silva brinca e diz que um dia poderá descobrir que é gay.

“Às vezes a galera acha que eu sou gay. Várias pessoas já me perguntaram se eu sou gay. Eu respondo: ‘Olha, que eu saiba não. Mas eu ainda sou novo, pode ser que daqui um tempo eu descubra que eu sou gay’ [risos]. Eu tomo muito cuidado com as minhas coisas, ponho todas as coisas na minha bolsa, coloco sabonete, passo um creme quando acaba o treino. A galera acha frescura. Mas é de cada um. Não quer dizer que você é mais macho ou menos macho, mais gay ou menos gay”, respondeu.


Supremo da Índia reconhece existência de “terceiro gênero”


Transgêneros da Índia comemoram a decisão proferida nesta terça-feira, 15, pela Suprema Corte que reconheceu a existência de um terceiro gênero, que não é masculino, nem feminino.

A decisão da Suprema Corte permitirá que os milhares de pessoas transgêneros (operação cirúrgica de mudança de sexo, ou que adotam o modo de vida do outro gênero) e eunucos (homens que tiveram testículos removidos) tenham seus direitos reconhecidos.

Em sua decisão o juiz K.S. Radhakrishnan declarou que "o reconhecimento dos transgênero como terceiro gênero não é uma questão social ou médica, mas de direitos humanos".

O tribunal determinou que os governos estatal e federal identifiquem os transgênero como um terceiro gênero neutro, que deve ter garantido o acesso aos mesmos programas sociais que outros grupos minoritários na Índia.

"Os transgênero são cidadãos deste país e têm direito à educação e a todos os outros direitos", declarou  o juiz Radhakrishnan.

As pessoas transgênero e os eunucos são obrigados a recorrer à prostituição, à mendicância e ou a empregos muito precários para sobreviver. Na Índia, grande parte deles forma a comunidade dos "hijras", que são encarados com uma mistura de temor e respeito.

"Hoje, pela primeira vez, sinto-me muito orgulhoso de ser indiano.  Minhas irmãs e eu nos sentimos como verdadeiros indianos e muito orgulhosos pelos direitos que a Suprema Corte nos garantiu", disse Laxmi Narayan Tripathi, conhecido eunuco e ativista.

segunda-feira, 14 de abril de 2014

Adeus armário!!!!

Jogador de basquete dos 
EUA assume publicamente 
sua homossexualidade


O atleta do National Collegiate Athletic Association Division, Derrick Gordon, de 22 anos, jogador pela equipa da universidade de Massachusestts, não quis mais esconder a sua orientação sexual.

Gordon disse “eu só não quero esconder mais, de forma a alguma”, e continuou a descrever como foi que decidiu dar o primeiro passo, “eu estive à espera e a observar, nos últimos meses, perguntando-me quando é que um jogador da primeira divisão revelava a sua orientação sexual homossexual” e quando pensava sobre o assunto perguntou-se “porque não eu?”

A coragem de Gordon teve como inspiração Jason Collins que revelou a sua orientação sexual tendo sido depois contratado pelos Brooklyn Nets, tornando-se o primeiro jogador gay da NBA.

“isso foi muito importante para mim” disse Gordon, “saber que a sexualidade não importava, e a NBA estava ao lado do jogador”.
Klebber Toledo será par 
romântico de José Mayer 
em novela da Globo

Klebber Toledo e José Mayer formarão casal gay da próxima novela das 21 horas

“Falso Brilhante” será a próxima novela da Globo que substituirá “Em Família”. O folhetim de autoria de Aguinaldo Silva trará mais um casal gay que promete causar discussões sobre o assunto. O casal gay terá como protagonistas os atores Klebber Toledo e José Mayer.

Na trama, Mayer interpretará um homossexual enrustido que não revela sua verdadeira sexualidade a ninguém. O personagem, um cerimonialista, promete despertar polêmica ao abordar a luta em “se assumir”.

Klebber Toledo será Roberto, um rapaz mimado pelos pais, que também vai se envolver com a ex-rainha de bateria Juju Popular (Cris Vianna).

Contando com mais dois personagens homossexuais, “Falso Brilhante” tem estreia prevista para o segundo semestre deste ano, logo após o fim da Copa do Mundo.

José Mayer está animado para o seu novo desafio na TV. Ele, que interpretou galãs em diferentes folhetins, quer fazer um papel diferente e se distanciar da fama de “pegador”.
Mais uma droga é aprovada 
no combate ao HIV/AIDS


Um estudo internacional mostrou eficácia em mais uma droga no combate ao vírus HIV. O princípio ativo da droga é o dolutegravir, que já foi aprovado na Europa, Canadá e Austrália.

O medicamento se mostrou eficaz inclusive em pacientes que nunca tomaram antirretrovirais e apresentavam alta carga viral.

A pesquisa, publicada pela revista Lancet, foi realizada com 484 pacientes de 64 centros de investigação dos Estados Unidos, Porto Rico, Chile e Europa.

Fonte: ParouTudo
ONU lançou página em 
português inteiramente 
dedicada aos direitos humanos


Quer conhecer a Declaração Universal dos Direitos Humanos e até baixar este e outros documentos para seu celular? Gostaria de saber a história da implementação da Declaração, que é hoje o documento mais traduzido do mundo? Tem interesse em conhecer como funciona o sistema internacional criado para promover e proteger os direitos humanos?

Essas informações e muitas outras encontram-se disponíveis agora em português na página www.dudh.org.br, criada pelo Centro de Informação da Nações Unidas para o Brasil (UNIC Rio), com o objetivo de atender a uma demanda crescente sobre o assunto no país.

Nessa página os interessados podem, além de conhecer o contexto histórico da criação da Declaração Universal, saber que avanços têm sido alcançados na área e se informar sobre os desafios que ainda restam para que todos os cidadãos do planeta tenham pleno acesso aos direitos humanos.

Em www.dudh.org.br é possível também assistir a vídeos e ler notícias sobre esse importante assunto, atualizadas diariamente.

quinta-feira, 6 de março de 2014

Na Nigéria quatro jovens são chicoteados em público por praticarem sexo gay 


Condenados em uma corte islâmica no norte da Nigéria por praticarem sexo gay, quatro homens foram chicoteados em público como punição nesta quinta-feira (6).

Os jovens têm entre 20 e 22 anos e podem ainda serem violentados na prisão se as organizações de direitos humanos não pagarem um multa de 20,000 nairas ($120 dólares), conta Dorothy Aken'Ova, líder da ONG Coalização para a Defesa dos Direitos Sexuais.

Os homens foram pegos em uma onda de prisões que acontecem por lá desde que foram endurecidas as penas para infrações da legislação que proíbe o casamento entre pessoas do mesmo sexo no país. A sentença foi de 15 chicoteadas e mais um ano de prisão se as multas não forem pagas.

Aken'Ova disse que os homens foram forçados por policiais a confessarem os crimes, e que eles tiveram que deitar no chão para receber as chicotadas.

O julgamento estava sendo adiados desde janeiro, quando uma multidão tentou apedrejar os acusados na porta da corte, exigindo que o juiz sentenciasse a pena máxima que é de morte. Seguranças da corte atiraram para o alto para dispersar as pessoas.

Segunda a lei Islâmica Sharia que impera em alguns estados do norte da Nigéria, homossexuais podem ser sentenciados à morte por apedrejamento ou injeção letal, apesar de que essa pena ainda não foi aplicada.

Aken'Ova, que conseguiu as informações com os familiares, disse que o juiz foi benevolente nas sentenças por que os homens prometeram que os "atos homossexuais" aconteceram no passado e que eles já haviam "acertado seu caminho".
Cardeal do Vaticano critica 
lei antigay de Uganda

Cardeal Peter Turkson
O cardeal do Vaticano em Gana, Peter Turkson, presidente do conselho pontifício para justiça e paz, criticou a lei antigay de Uganda e disse que "homossexuais não são criminosos" e não devem ser sentenciados a passar a vida na prisão.

Ao conversar com jornalistas em Bratislava, onde participou de uma conferência sobre Igreja Católica e direitos humanos, Turkson falou que o Vaticano também chama a comunidade internacional para continuar a oferecer ajuda ao país.

Uganda tem sido atingida por cortes de ajuda internacional em reação à lei. O Banco Mundial, por exemplo, adiou um empréstimo de US$ 90 milhões para o sistema de saúde de Uganda.

Fonte: Associated Press.

sábado, 18 de janeiro de 2014

Vereador de Fortaleza é o 
primeiro político gay 
a se casar no Brasil

Momento da troca de alianças entre o casal
O respeito à diversidade adentra a região Nordeste do Brasil, tendo como cenário a capital alencarina (Fortaleza/Ceará). O protagonista desse acontecimento foi o casal Paulo Diógenes, Vereador/PSD da Câmara Municipal de Fortaleza e humorista que dá vida a personagem “Raimundinha” e o administrador de empresas Tarcísio Rocha.

O casal Paulo Diógenes e Tarcísio (ao centro) ladeados pelo
prefeito Roberto Cláudio e sua esposa
O prefeito de Fortaleza, Roberto Cláudio e sua esposa, foram os padrinhos do casamento, que contou com a presença de mil convidados.

O casal brindando o enlace matrimonial

A cerimônia homoafetiva aconteceu quarta-feira (15), no elegante Buffet Ilmar Gourmet, localizado no bairro Engenheiro Luciano Cavalcante, em Fortaleza-CE.

Vereador e humorista Paulo Diógenes caracterizado
da personagem "Raimundinha".