segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

Luiz Mott cobra da 
Presidenta Dilma ação eficaz 
contra homofobia 


O decano do movimento LGBT do Brasil e fundador do Grupo Gay da Bahia, Antropólogo Luiz Mott foi um dos convidados para participar da cerimônia do Dia Internacional de Memória das Vítimas do Holocausto, que aconteceu neste domingo, 29, no Fórum Ruy Barbosa, em Salvador capital da Bahia, e para acender uma das sete velas Menorá, o cerimonial Candelabro Judeu, no dia Internacional em Memória das Vítimas do Holocausto, representando os grupos perseguidos pelos nazistas, que foram homossexuais, ciganos, negros, judeus, comunistas, etc.

Mott não conseguiu entregar nas mãos da Presidenta Dilma Rousseff uma Carta de Protesto contra o Homocausto praticado em nosso país com omissão do Governo Federal, mas aproveitou para distribuir aos jornalistas presentes no evento.

Veja abaixo o conteúdo da carta protesto.

HOMOCAUSTO: TODO DIA UM HOMOSSEXUAL É ASSASSINADO NO BRASIL NO GOVERNO DILMA

Fundador do Grupo Gay da Bahia entrega carta de protesto a Presidenta Dilma na Celebração do Dia Internacional da Memória das Vítimas do Holocausto em Salvador denunciando homofobia do governo federal e estadual

Hitler enviou para os campos de concentração mais de 300 mil homossexuais, segundo dados da Cruz Vermelha. No Brasil, nos últimos trinta anos, mais de 3.500 gays, travestis e lésbicas foram cruelmente assassinados, vítimas da homofobia cultural. De um“homocídio” a cada 3 dias na década anterior, em 2011 um LGBT foi assassinado a cada 36 horas e neste primeiro mês 2012, a homofobia aumentou a níveis insuportáveis: todo dia um homossexual é assassinado, fazendo do Brasil o campeão mundial de crimes homofóbicos.

Além da homofobia cultural, fruto do machismo e intolerância religiosa, vivemos inaceitável homofobia governamental: o veto da Presidenta Dilma ao Kit AntiHomofobia -aprovado pela Unesco e Conselho Federal de Psicologia, por chantagem de fundamentalistas evangélicos - deixou mais de 6 milhões de adolescentes sem informação vital sobre direitos humanos e de como erradicar o bullying que fere e provoca a evasão de tantas transexuais e travestis das escolas. A não implementação de um banco de dados oficiais sobre crimes contra homossexuais, prevista no Plano Nacional de Direitos Humanos II representa gravíssimo crime de prevaricação e homofobia federal, já que a impunidade estimula novos assassinatos de LGBT.

A Confederação Israelita do Brasil e a Sociedade Israelita da Bahia ao convidarem o fundador do Grupo Gay da Bahia, Prof. Luiz Mott, a acender uma das sete velas da Menorá, o cerimonial Candelabro Judeu, no dia Internacional em Memória das Vítimas do Holocausto, além de manifestar sua solidariedade aos demais grupos perseguidos pelo Nazismo - negros, ciganos, homossexuais, testemunhas de Jeová – mprovoca a discussão sobre a urgência de estancar essa persistente crueldade contra as mesmas minorias sociais que continuam vítimas da intolerância contemporânea.

A entrega deste documento à Presidenta da República nesta celebração é a ocasião ideal para o Estado Brasileiro repensar estratégias e ativar políticas públicas eficazes para mais de 20 milhões de brasileiros e brasileiras homossexuais e transgêneros cuja esperança de vida vem diminuindo dramaticamente no atual governo federal e estadual: na Bahia, neste mês já foram assassinados oito LGBT, pelo sétimo ano campeã nacional de homocídios.

Presidenta Dilma e Governador Wagner: vossas inexistentes ou tímidas políticas públicas para a comunidade LGBT não estão dando certo! Não sejam cúmplices de tanto sangue gay derramado! Como disse a Senadora Martha Suplicy, “piorou a situação dos homossexuais no Brasil. Enquanto na Argentina tem casamento gay, no Brasil há espancamento!”
É no mínimo contraditório a Presidenta Dilma acender mais uma vela pelos mortos no Holocausto e continuar insensível ao Homocausto que todo dia ceifa a vida de um homossexual no país.

O Grupo Gay da Bahia exige a liberação imediata do Kit Antihomofobia, realização de campanha nacional de impacto contra crimes homofóbicos, criação de banco de dados sobre violência letal e não letal contra homossexuais e implementação em todos os estados da Coordenadoria e Conselho LGBT.

Luiz Mott

Um comentário:

luiz mott disse...

Helio, voce sempre excelente jornalista, pioneiro, preciso. Adoro ler meu ativismo refletido em seu fantastico blog. conte sempre com o GGB. Luiz Mott