A rede Globo soltou uma nota
endereçada ao Toni Reis
presidente da ABGLT
Personagens gays da novela "Insensato Coração"
O jornal Folha de S. Paulo revelou que a direção da Rede Globo de Televisão tinha determinado a retirada gradual do casal gay da novela “Insensato Coração”. Segundo a Folha apurou, o diretor-geral de entretenimento da emissora, Manoel Martins, deu ordem expressa aos autores Gilberto Braga e Ricardo Linhares para esfriar completamente o caso de amor de Hugo e Eduardo a partir dos próximos capítulos.
Toni Reis, presidente da Associação Brasileira de Gays, Lésbicas, Bissexuais e Transgêneros, disse que a novela deveria seguir a sociedade brasileira, que acaba de comemorar o fato de o Supremo ter permitido a união homoafetiva no país.
Em resposta a reclamação de Toni a rede Globo soltou a nota abaixo.
Prezado Toni,
Escrevemos em atenção à mensagem encaminhada pela Associação Brasileira de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais – ABGLT referente à trama de personagens homossexuais na novela Insensato Coração.
Escrevemos em atenção à mensagem encaminhada pela Associação Brasileira de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais – ABGLT referente à trama de personagens homossexuais na novela Insensato Coração.
Gostaríamos de registrar que somos ciosos da liberdade artística em nossas produções. Contudo ressaltamos que nossas telenovelas não são obras de terceiros. Pertencem a TV Globo, que contrata autores para escrever as suas histórias, com o desafio de leva ao ar a todos os brasileiros. Logo, não se pode falar em censura porque o texto é nosso.
Entendemos que a causa dessa trama ficcional é a diversidade e o respeito às diferenças, e não propriamente a homossexualidade ou a heterossexualidade, ou quaisquer outras formas de orientação individual. A ciência – incluindo Freud – reconhece que a sexualidade, com suas variantes éticas e morais – é baseada na singularidade. Não cabe fazer campanha em torno de preferências individuais.
Nossas tramas registram a afetividade e o preconceito, mas não cabe exaltação. Cabe, sim, combater a intolerância, o preconceito e a discriminação, o que temos estimulado cotidianamente inclusive por meio de campanhas.
Porém, a livre sensibilidade artística é a única medida possível para delinear a ousadia criativa, o que vale para toda e qualquer situação ou tema. Esse desafio torna-se ainda mais difícil quando se trata de respeitar uma audiência não-segmentada, múltipla em suas expectativas e preferências.
Permanecemos à disposição.
Central Globo de Comunicação
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