segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

Sem-teto gays de SP
andam juntos para se proteger


Acordem, meninas. São 7h, a diária acabou", diz o vigia de um estabelecimento comercial localizado na avenida Paulista.

Ele está falando com Samuel, 38, Joaquim, 35, Josué, 42, e Leandro, 23. Os quatro são gays e mendigos, moradores de rua.

Eles vivem em grupo para se proteger. Nos últimos meses, cresceram as agressões a moradores de rua e contra gays na avenida Paulista.

Os quatro dizem já terem sido espancados pela polícia, por skinheads e até por outros moradores de rua. Eles têm em comum histórias de rejeição da família, de dependência de álcool e drogas, de prostituição e de abuso sexual na infância.

A maior queixa é a intransigência dos abrigos, que proíbem a entrada de mendigos travestidos. Com isso, muitos buscam disfarçar a homossexualidade para conseguir vaga nos albergues e se precaver da violência e da discriminação dos outros abrigados.

Segundo o censo da prefeitura, havia 13.666 moradores de rua em São Paulo em 2009. No próximo recenseamento, deve ser incluída uma pergunta sobre a orientação sexual para saber, ao menos, quantos são.

Fonte: Cenag