Grupo Gay da Bahia divulgou
o mais tenebroso relatório de assassinatos de LGBTs
ocorrido no Brasil, em 2012
A travesti Nicole, 20
anos, foi morta a tiros em Curitiba (PR).
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O GGB (Grupo Gay da Bahia) divulgou nesta quinta, 10, o
mais tenebroso Relatório de assassinatos no Brasil, trata-se do Relatório de
assassinatos de homossexuais, que desta vez denuncia que a cada 26 horas um
LGBT tem sua vida ceifada por causa da sua orientação sexual.
O ano de 2012 foi o mais cruel para esta população
(LGBT), contabilizando o total de 338 assassinatos. Mortes, na maioria, com
requintes de crueldade, o que caracteriza a intolerância e o ódio de seus
carrascos.
Os números mostram um aumento de 21% em relação a 2011, ano em que
houve 266 mortes, e um crescimento de 177% nos últimos sete anos. Os homens homossexuais lideram o número de mortes, com
188 (56%), seguidos de 128 travestis (37%), 19 lésbicas (5%) e dois bissexuais
(1%).
De acordo com o estudo, o Brasil está em primeiro lugar
no ranking mundial de assassinatos homofóbicos, concentrando 44% do total
de mortes de todo o planeta, cerca de 770. Nos Estados Unidos, país que tem
cerca de 100 milhões a mais de habitantes que o Brasil, foram registrados 15
assassinatos de travestis em 2011, enquanto no Brasil, foram executadas 128.
Luiz Mott coordenador do estudo |
Para Luiz Mott, fundador do Grupo Gay da Bahia, coordenador
do estudo e antropólogo da UFBA (Universidade Federal da Bahia). "Esses
números representam apenas a ponta de um iceberg de violência e sangue, já que
nosso banco de dados é construído a partir de notícias de jornal, internet e
informações enviadas pelas organizações LGBT, e a realidade deve certamente
ultrapassar em muito essas estimativas", explica.
"Dos 338 casos, somente em 89 foram identificados os
assassinos, sendo que em 73% não há informação sobre a captura dos criminosos,
prova do alto índice de impunidade nesses crimes de ódio e gravíssima homofobia
institucional/policial que não investiga em profundidade esses
homicídios", afirma Mott.
Conforme o Relatório, São Paulo é o Estado onde mais
homossexuais foram assassinados em números absolutos, 45 vítimas, e Alagoas é o
Estado mais perigoso para homossexuais em termos relativos, com um índice de
5,6 assassinatos por cada milhão de habitantes. Para toda a população
brasileira, o índice é 1,7 vítima LGBT por milhão de brasileiros.
O destaque de tolerância vai para o estado do Acre, que
nos últimos dois anos não registrou nenhuma morte de homossexuais.
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