quinta-feira, 10 de janeiro de 2013


Grupo Gay da Bahia divulgou 
o mais tenebroso relatório  de assassinatos de LGBTs 
ocorrido no Brasil, em 2012

A travesti  Nicole, 20 anos, foi morta a tiros em Curitiba (PR).
O GGB (Grupo Gay da Bahia) divulgou nesta quinta, 10, o mais tenebroso Relatório de assassinatos  no Brasil, trata-se do Relatório de assassinatos de homossexuais, que desta vez denuncia que a cada 26 horas um LGBT tem sua vida ceifada por causa da sua orientação sexual.

O ano de 2012 foi o mais cruel para esta população (LGBT), contabilizando o total de 338 assassinatos. Mortes, na maioria, com requintes de crueldade, o que caracteriza a intolerância e o ódio de seus carrascos.

Os números mostram um aumento de 21% em relação a 2011, ano em que houve 266 mortes, e um crescimento de 177% nos últimos sete anos. Os homens homossexuais lideram o número de mortes, com 188 (56%), seguidos de 128 travestis (37%), 19 lésbicas (5%) e dois bissexuais (1%).

De acordo com o estudo, o Brasil está em primeiro lugar no ranking  mundial de assassinatos homofóbicos, concentrando 44% do total de mortes de todo o planeta, cerca de 770. Nos Estados Unidos, país que tem cerca de 100 milhões a mais de habitantes que o Brasil, foram registrados 15 assassinatos de travestis em 2011, enquanto no Brasil, foram executadas 128.

Luiz Mott coordenador do estudo
Para Luiz Mott, fundador do Grupo Gay da Bahia, coordenador do estudo e antropólogo da UFBA (Universidade Federal da Bahia). "Esses números representam apenas a ponta de um iceberg de violência e sangue, já que nosso banco de dados é construído a partir de notícias de jornal, internet e informações enviadas pelas organizações LGBT, e a realidade deve certamente ultrapassar em muito essas estimativas", explica.

"Dos 338 casos, somente em 89 foram identificados os assassinos, sendo que em 73% não há informação sobre a captura dos criminosos, prova do alto índice de impunidade nesses crimes de ódio e gravíssima homofobia institucional/policial que não investiga em profundidade esses homicídios", afirma Mott.



Conforme o Relatório, São Paulo é o Estado onde mais homossexuais foram assassinados em números absolutos, 45 vítimas, e Alagoas é o Estado mais perigoso para homossexuais em termos relativos, com um índice de 5,6 assassinatos por cada milhão de habitantes. Para toda a população brasileira, o índice é 1,7 vítima LGBT por milhão de brasileiros.



O destaque de tolerância vai para o estado do Acre, que nos últimos dois anos não registrou nenhuma morte de homossexuais.

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