Uma reportagem exibida no SBT na última terça-feira, 24 de novembro, denunciou possíveis irregularidades na internação de um jovem homossexual mineiro, de 21 anos, em uma clínica para dependentes químicos. A identidade do homem não foi revelada, mas de acordo com uma carta que ele mesmo escreveu a pedido do Ministério Público, o jovem alega que foi internado a pedido de sua mãe, que teria descoberto que ele namora outro rapaz.
Também segundo o jovem, ele estava na sua casa quando foi abordado por três homens que o sedaram. Quando acordou, estava internado em uma clínica para dependentes químicos, em Piedade, no interior de São Paulo. Desde então, já se passaram 74 dias.
A internação foi involuntária, ou seja, sem o consentimento do rapaz. Ele alega ser lúcido e não ser dependente de nenhum tipo de drogas. "Trata-se de um jovem que está totalmente lúcido, consciente e saudável. Vamos acionar a Justiça imediatamente para que ele seja liberado", contou Ana Luisa Castro coordenadora da Comissão Nacional de Direitos Humanos do Conselho Federal de Psicologia.
A mãe, porém, nega e que diz que o jovem era sim um dependente de drogas. "Conheço o meu filho. Ele estava utilizando drogas pesadas e podia causar danos irreversíveis a sua saúde". Segundo ela, todas as medidas foram tomadas dentro da lei. "Jamais faria algo para prejudicar o meu próprio filho".
Ana Luiza Castro ainda afirma que a clínica apresenta fortes indícios de violação dos direitos humanos. "O que pudemos perceber é uma infinidade de grades, cercas elétricas e um número excessivo de seguranças. Fica evidente o uso abusivo da força. Essa clínica não tem características de uma casa de saúde, mas, sim, de um presídio que mantém as pessoas em cárcere privado", assinalou. A maioria das informações sobre a investigação é sigilosa e o rapaz só será solto se a Justiça assim determinar.
Fonte: Gonline
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