Importante passo no
desenvolvimento da vacina terapêutica contra a Aids pesquisada no Brasil
Mais um importante passo no
desenvolvimento da vacina terapêutica contra a Aids foi anunciado na última
quarta-feira, 08 de novembro, por pesquisadores da Universidade Federal de
Pernambuco (UFPE). Desta vez, será feito o estudo genético dos pacientes.
Elaborada em conjunto por cientistas das universidades federais de Pernambuco e
do Rio de Janeiro e da Universidade de São Paulo (USP), a vacina conseguiu
resultados animadores em 11 anos de estudos.
Até então, dos 18 pacientes que fizeram o tratamento, nove conseguiram reduzir
a quase zero a sua carga viral. “A carga viral quase zerou. Chegou a valores
extremamente baixos, partindo de uma situação com 30 mil cópias, 50 mil cópias
do vírus, chegaram a um nível que chamamos de indetectável. Os sintomas
praticamente desapareceram nesses pacientes”, comentou o geneticista Sérgio
Crovella.
Nesta segunda fase, os pesquisadores estão em busca de respostas para entender
porque a vacina apresentou resultados significativos apenas em alguns
pacientes. Além dos 18 voluntários que testaram a vacina terapêutica na
primeira fase, mais 25 portadores do vírus HIV foram vacinados para avaliação e
acompanhamento.
Para alcançar este resultado os pesquisadores farão o estudo do genoma completo
dos pacientes, a fim de estabelecer a relação direta entre a predisposição
genética dos portadores do vírus HIV e a resposta à vacina terapêutica. A
partir daí os pesquisadores deverão concluir as análises genéticas, para então
fazer uma triagem dos pacientes que reagem melhor ao tratamento e, enfim,
aprimorar a vacina.
“A gente vai colocar a palavra "fim", pelo menos na parte genética
dos pacientes. Ou seja, estudando o genoma completo a gente vai saber o que o
paciente tem, em nível de predisposição ou suscetibilidade, para ter uma
resposta boa ou fraca à vacina”, explicou Sérgio Crovella.
Os pesquisadores informaram ainda que só depois desta fase da identificação dos
fatores genéticos envolvidos no sucesso da vacina – que deve durar dois anos –
é que começa a terceira fase, envolvendo um número maior de pacientes. Eles
também esclareceram que a vacina terapêutica não é preventiva, e sim um
tratamento, para aqueles que já contraíram o vírus HIV.
Outra boa notícia anunciada pelos cientistas da UFPE foi a liberação de R$ 4
milhões, que serão voltados para a construção do Núcleo de Excelência, devotado
ao estudo de doenças genéticas complexas. Segundo eles, esse núcleo da UFPE
deverá tratar pacientes do SUS com problemas genéticos.
Fonte: G1
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