Transexual é eleita para
cargo público em Cuba
Adela Hernandez chegou a
ficar presa por dois anos porque
sua família "denunciou" sua
sexualidade
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Parece que a liberdade para as
pessoas homossexuais na ilha de Fidel Castro está dando novos ares, conforme
noticiado que a transexual Adela Hernandez, de 48 anos, foi eleita delegada do pequeno
município de Caibarien, na província de Villa Clara.
A história de Adela relata que
ele sempre foi mulher desde a infância e que já foi considerada “perigosa” por autoridades
do regime, ficando, inclusive, presa durante dois anos após sua família “denunciar”
sua sexualidade.
Por telefone Adela concedeu
uma entrevista ao jornal britânico “The Guardian” e afirmou que “com o passar
do tempo, pessoas homofóbicas vão se tornando a minoria”. E disse que sua
vitória representa “um grande triunfo”.
Como nunca se submeteu a
qualquer cirurgia de readequação sexual (troca de sexo), Hernandez é
juridicamente considerado um homem. Sua posição política é equivalente a de um
prefeito e, no início de 2013, ela pode vir a ser escolhida como um dos membros
do parlamento nacional.
Antes de ser promovida aos
cargos de enfermeira e operadora de eletrocardiograma, Adela Hernandez
trabalhou por década em um hospital como zeladora. Em sua comunidade, sempre
foi conhecida pela militância e constante atuação política, o que a auxiliou a
angariar votos.
Na sua visão, "a
preferência sexual não determina se alguém é revolucionário ou não”. Como
eleita, ela alega que trabalhará primordialmente pelos interesses
constitucionais. No entanto, não nega que também quer dar ênfase à defesa dos
direitos da comunidade LGBT.
Em Cuba, gays foram
perseguidos por décadas e enviados para campos de trabalho forçado no interior
do país. Há pouco tempo, Fidel Castro lamentou o tratamento que muitos
receberam pelo simples fato de serem julgados “diferentes”.
"Eu gostaria de saber que
a discriminação contra homossexuais é um problema em vias de ser superado”,
disse o líder em uma entrevista recente.
Desde 2007, a ilha incluiu
cirurgias para troca de sexo em seu plano nacional de saúde. No ano passado,
duas pacientes que se submeteram ao procedimento se casaram e tornaram-se
manchete na imprensa local. A ativista LGBT de maior destaque no país é Mariela
Castro, sobrinha de Fidel e filha do atual presidente Raúl Castro.
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