terça-feira, 26 de fevereiro de 2013


Primeiro candidato transexual 
nas eleições no Paquistão

Sanam Fakir candidato transexual ao Parlamento Paquistanês
Os transexuais paquistaneses são reconhecidos como o terceiro gênero sexual e agora poderão ter um representante no parlamento se o candidato transexual Sanam Fakir for eleito nas eleições previstas para acontecer em maio.

Para Fakir os “eunucos” não devem se limitar a dançar, mendigar ou se prostituir. "Nosso objetivo não é apenas dançar para os outros ou pedir esmolas. Nós também temos uma vida para viver", disse Sanam Fakir, de 32 anos, em Sukkur, uma pequena cidade na província de Sindh, 800 km ao sul de Islamabad.

Sanam Fakir é uma candidata independente para uma cadeira no parlamento da província de Sind. No entanto, alguns acreditam que ela tem poucas chances de vencer, haja vista que esse é um reduto do Partido Popular do Paquistão (PPP, no poder), onde grandes famílias de proprietários de terras dão as instruções de voto aos seus empregados.

"Eu sei que será difícil, mas cada um deve contribuir para melhorar a sociedade. Não somos corrompidos, não temos famílias e nossos direitos são limitados", acrescentou Fakir, em referência à corrupção em seu país e a uma vida política feudal.

Fakir dirige uma organização que contribui para a educação de outros transexuais. "Nós temos instrução agora. Antes as pessoas riam de nós, mas começaram a nos respeitar", afirma.

O Paquistão é um país onde os golpes de Estado são comuns desde a sua criação, em 1947, que tenta organizar para o mês de maio as primeiras eleições nacionais de sua história depois de um governo eleito conseguir completar um mandato inteiro.

Estas eleições é um grande passo na busca da democracia neste país muçulmano, conservador  e com uma população de 180 milhões de habitantes. A participação de uma pessoa da comunidade de “eunucos” ou “hijras” em urdu, hermafroditas, transexuais e travestis é uma demonstração que o país quer mesmo consolidar a democracia.

Os transexuais (eunucos) paquistaneses foram reconhecidos como um terceiro sexo em 2009 pela Suprema Corte do Paquistão, reconhecendo assim os seus direitos, já que são um segmento de meio milhão no país, onde a maioria vive de receber esmolas para dançar em casamentos, mendigar ou da prostituição.

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