Primeiro candidato transexual
nas eleições no Paquistão
Sanam Fakir candidato transexual ao Parlamento Paquistanês |
Os transexuais paquistaneses são reconhecidos como o
terceiro gênero sexual e agora poderão ter um representante no parlamento se o candidato transexual Sanam Fakir for eleito nas eleições previstas para
acontecer em maio.
Para Fakir os “eunucos” não devem se limitar a dançar,
mendigar ou se prostituir. "Nosso objetivo não é apenas dançar para os
outros ou pedir esmolas. Nós também temos uma vida para viver", disse Sanam
Fakir, de 32 anos, em Sukkur, uma pequena cidade na província de Sindh, 800 km
ao sul de Islamabad.
Sanam Fakir é uma candidata independente para uma cadeira
no parlamento da província de Sind. No entanto, alguns acreditam que ela tem
poucas chances de vencer, haja vista que esse é um reduto do Partido Popular do
Paquistão (PPP, no poder), onde grandes famílias de proprietários de terras dão
as instruções de voto aos seus empregados.
"Eu sei que será difícil, mas cada um deve contribuir para melhorar a
sociedade. Não somos corrompidos, não temos famílias e nossos direitos são
limitados", acrescentou Fakir, em referência à corrupção em seu país e a
uma vida política feudal.
Fakir dirige uma organização que contribui para a
educação de outros transexuais. "Nós temos instrução agora. Antes as
pessoas riam de nós, mas começaram a nos respeitar", afirma.
O Paquistão é um país onde os golpes de Estado são comuns
desde a sua criação, em 1947, que tenta organizar para o mês de maio as
primeiras eleições nacionais de sua história depois de um governo eleito
conseguir completar um mandato inteiro.
Estas eleições é um grande passo na busca da democracia neste país muçulmano,
conservador e com uma população de 180
milhões de habitantes. A participação de uma pessoa da comunidade de “eunucos”
ou “hijras” em urdu, hermafroditas, transexuais e travestis é uma demonstração
que o país quer mesmo consolidar a democracia.
Os transexuais (eunucos) paquistaneses foram reconhecidos
como um terceiro sexo em 2009 pela Suprema Corte do Paquistão, reconhecendo
assim os seus direitos, já que são um segmento de meio milhão no país, onde a
maioria vive de receber esmolas para dançar em casamentos, mendigar ou da
prostituição.
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