Menino rejeitado por heterossexuais “por ser feio”
e “negro
demais” é adotado
por casal gay
Foto: reprodução/Facebook |
É com aplausos ao jornalista Gilberto Scofield Jr e seu companheiro,
Rodrigo Barbosa, que reproduzo esta matéria, que foi publicada em carta no blog
Ser mãe é padecer na internet, do portal Estadão. Na carta o casal relatou
sobre a ansiedade para conhecer o filho e os desafios da paternidade.
O menino, que é chamado de PH, vivia em um abrigo na
cidade mineira de Capelinha. O motivo? Os pais alcoólatras, PH foi parar no
abrigo aos dois anos de idade quando a mãe morreu (aos 28 anos) de complicações
do vício e o pai não quis assumir a responsabilidade de criá-lo. Mas, o
chocante da história de PH, foi ter sido rejeitado por três casais heterossexuais,
que justificaram que o menino era “feio” e “negro demais”.
“Hoje, nós completamos quatro meses com ele no Rio, em
nossas vidas. Ele está num pré-escolar, frequenta aulas de natação e ginástica
e não poderia estar mais feliz com as novidades da nova vida. É um exercício
especial de paternidade, aquela busca delicada entre dar a ele a sensação de
pertencimento e acolhimento que ele precisa numa família que nunca teve e os
limites que um menino de (agora) cinco anos precisa num momento em que testa
tudo em relação à autoridade dos pais. Precisamos dar amor e ensinar o que é
amor” conta Scofield.
E completa: “Toda essa história que aconteceu nos últimos
meses e virou a minha vida – e a de meu companheiro – de cabeça para baixo, com
um final mais do que feliz e que pode ser conferido por todos os amigos que nos
cercam, é apenas para deixar claro o seguinte: nós – eu, meu companheiro, nosso
filho PH, nossos dois gatos e nosso cachorrinho – somos uma família como
qualquer outra família do país.”
No final da carta o jornalista Scofield mandou um recado
para o presidente da Câmara dos Deputados e defensor do Estatuto da Família,
Eduardo Cunha (PMDB-RJ):
“Não, deputado Eduardo Cunha. A paternidade virtuosa não é um monopólio da heterossexualidade. E caso a sua religião não pregue a tolerância, preste atenção num fato muito simples: toda a criança adotada por um casal de gays ou de lésbicas foi abandonada/espancada/negligenciada por um casal heterossexual, esse mesmo que o senhor julga serem os únicos capazes de criar filhos “normais”. "
“Não, deputado Eduardo Cunha. A paternidade virtuosa não é um monopólio da heterossexualidade. E caso a sua religião não pregue a tolerância, preste atenção num fato muito simples: toda a criança adotada por um casal de gays ou de lésbicas foi abandonada/espancada/negligenciada por um casal heterossexual, esse mesmo que o senhor julga serem os únicos capazes de criar filhos “normais”. "
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