quinta-feira, 26 de fevereiro de 2015

Menino rejeitado por heterossexuais “por ser feio” 
e “negro demais” é adotado 
por casal gay

Foto: reprodução/Facebook

É com aplausos ao jornalista Gilberto Scofield Jr e seu companheiro, Rodrigo Barbosa, que reproduzo esta matéria, que foi publicada em carta no blog Ser mãe é padecer na internet, do portal Estadão. Na carta o casal relatou sobre a ansiedade para conhecer o filho e os desafios da paternidade.

O menino, que é chamado de PH, vivia em um abrigo na cidade mineira de Capelinha. O motivo? Os pais alcoólatras, PH foi parar no abrigo aos dois anos de idade quando a mãe morreu (aos 28 anos) de complicações do vício e o pai não quis assumir a responsabilidade de criá-lo. Mas, o chocante da história de PH, foi ter sido rejeitado por três casais heterossexuais, que justificaram que o menino era “feio” e “negro demais”.

“Hoje, nós completamos quatro meses com ele no Rio, em nossas vidas. Ele está num pré-escolar, frequenta aulas de natação e ginástica e não poderia estar mais feliz com as novidades da nova vida. É um exercício especial de paternidade, aquela busca delicada entre dar a ele a sensação de pertencimento e acolhimento que ele precisa numa família que nunca teve e os limites que um menino de (agora) cinco anos precisa num momento em que testa tudo em relação à autoridade dos pais. Precisamos dar amor e ensinar o que é amor” conta Scofield.

E completa: “Toda essa história que aconteceu nos últimos meses e virou a minha vida – e a de meu companheiro – de cabeça para baixo, com um final mais do que feliz e que pode ser conferido por todos os amigos que nos cercam, é apenas para deixar claro o seguinte: nós – eu, meu companheiro, nosso filho PH, nossos dois gatos e nosso cachorrinho – somos uma família como qualquer outra família do país.”


No final da carta o jornalista Scofield mandou um recado para o presidente da Câmara dos Deputados e defensor do Estatuto da Família, Eduardo Cunha (PMDB-RJ):

 “Não, deputado Eduardo Cunha. A paternidade virtuosa não é um monopólio da heterossexualidade. E caso a sua religião não pregue a tolerância, preste atenção num fato muito simples: toda a criança adotada por um casal de gays ou de lésbicas foi abandonada/espancada/negligenciada por um casal heterossexual, esse mesmo que o senhor julga serem os únicos capazes de criar filhos “normais”. "



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