Jean Wyllys e Arpen-RJ
solicitam ao CNJ a
regulamentação
do casamento civil
igualitário em todo o Brasil
No último sábado, 06, foi protocolado no Conselho
Nacional de Justiça (CNJ) um pedido para que o órgão regulamente os
procedimentos de habilitação direta de casamento civil entre pessoas do mesmo
sexo, bem como das conversões de uniões estáveis em casamento. Protocolado pelo
deputado federal Jean Wyllys e seu partido (PSOL-RJ), em parceria com
a Associação dos Registradores de Pessoas Naturais do Rio de Janeiro (Apen-RJ),
o pedido, quando acatado, ampliará o direito ao casamento civil para casais do
mesmo sexo para todo o território nacional, sem necessidade de autorização
judicial e sem nenhum trâmite além dos atualmente necessários para os casais
heterossexuais.
O pedido do deputado Jean Wyllys e da Arpen-RJ acontece
poucos dias depois da aprovação do senado uruguaio à lei de casamento civil
igualitário, que terá a sanção definitiva no próximo dia 10. Foi elaborado pelo
advogado Paulo Roberto Iotti Vecchiatti, especialista em Direito da
Diversidade Sexual e Direito Homoafetivo. Iotti fez sustentações orais perante
o Supremo Tribunal Federal no julgamento que reconheceu a união estável
homoafetiva e no julgamento do Superior Tribunal de Justiça que reconheceu o
direito ao casamento civil direto (sem prévia união estável) a casais
homoafetivos. Hoje, casais homoafetivos já podem se casar sem burocracia e
sem judicialização em cerca de 10 estados do país, situação possível apenas por
regulamentações feitas pelos tribunais de justiça de cada estado, baseadas
nessas decisões do STF e do STJ.
“O país e o restante do mundo estão cada vez mais
igualitários. Em cada região do país há um Estado que já regulamentou. Temos
certeza que o próprio Rio de Janeiro, sempre antenado aos grandes temas da
cidadania, permitirá a felicidade a todos. Fomos ao CNJ exatamente para
permitir a extensão destas garantias de maneira uniforme em todo o território
nacional. Afinal, o cidadão de um estado não pode ter menos direitos
fundamentais do que o de outro estado, nem a obrigação de se submeter às
diferentes velocidades da máquina estatal em reconhecer tais direitos,
especialmente porque o tema é administrativo e não jurisdicional, após a
histórica decisão do Supremo Tribunal Federal. Estamos querendo cumprir a
constituição que diz que deve ser facilitada a conversão da união estável em
casamento, e por consequência lógica inafastável, o casamento direto”,
afirma Eduardo Corrêa, secretário geral da Arpen-RJ.
“Infelizmente, nosso congresso nacional ainda está em
descompasso com os avanços sociais que movem o mundo para frente”, reconhece o
deputado Jean Wyllys. “O ideal seria que o legislativo ampliasse esse direito
civil aos homossexuais, mas já que ele se apequenou, vamos ao CNJ. O ministro
Joaquim Barbosa, atual presidente do CNJ, votou a favor da união estável no
STF, e outros membros do conselho já se mostraram favoráveis aos direitos civis
da comunidade LGBT. É um absurdo que, em um país como o Brasil, homossexuais
ainda tenham menos direitos do que os heterossexuais, em especial o do
reconhecimento social e jurídico de nossas famílias”, afirmou.
Nenhum comentário:
Postar um comentário