segunda-feira, 27 de agosto de 2012


Lésbica pernambucana ganha 
na justiça o direito a cirurgia 
de mudança de sexo

Imagem meramente ilustrativa

Uma mulher lésbica pernambucana conseguiu na justiça o direito de realizar uma cirurgia de mudança de sexo. O caso, inédito no Estado, será possível graças à decisão do juiz da 4ª Vara da Fazenda de Jaboatão dos Guararapes, Marcos Nonato. A cirurgia, denominada metoibioplastia, consiste na atrofia do clitóris, que será juntado à uretra. Paralelo a isso, será feito um enxerto de músculos na área, criando um pênis que terá as mesmas funções de um pênis normal. A cirurgia ainda não tem data para ser realizada, mas deve ser feita no Hospital das Clínicas de Goiás e está avaliada em aproximadamente R$ 40 mil. Desde 1999 a mulher vem fazendo tratamentos a base de hormônios e já teve, inclusive, os seios retirados.

A decisão do juiz obriga o Estado de Pernambuco a custear todo o tratamento, mas ainda cabe recurso. O processo para a autorização da cirurgia foi aprovado no dia 22 de agosto.
 
Apesar de conseguir a autorização para a mudança de sexo apenas agora, a paciente - que já fala como homem e se comporta como tal - vem tentando desde 1999 ser reconhecida como um homem. Ao descobrir que queria mesmo ser do sexo masculino, ela procurou o serviço de ginecologia da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). Fez vários exames nos setores de mastologia do Hospital das Clínicas. Após a avaliação, houve uma avaliação biopsico social, onde ela foi diagnosticada com transexualismo feminino.
 
"Sempre me comportei como mulher. Procurei a Universidade Federal para saber o que poderia ser feito para mudar minha situação. Apesar de ter feito as cirurgias para retirada dos seios e tomar hormônios, queria mais. Dessa forma, decidi entrar com uma ação na justiça para que o Estado de Pernambuco pagasse pelo procedimento", informou a paciente.
 
Sobre o futuro, a mulher disse que espera o melhor. "Quero continuar minha vida normalmente. Meus familiares ficaram chocados com minha decisão, mas sempre me respeitaram. Não tenho medo de preconceito", revela.
 
Para o juiz Marcos Nonato, a setença representa o final de um longo período de luta. "Ele já passou por várias procedimentos, como a retirada do útero e dos seios. Está será, apenas, a conclusão de uma jornada. Tomei essa decisão com objetivo de acabar com o sofrimento dele", explicou.
 
A respeito da operação, o paciente informou já ter falado com uma médica de Goiás, identificada como Marileusa. "Nós apenas trocamos e-mails, onde a doutora me explicou como funciona o procedimento e a duração do período de recuperação (15 dias)", comentou.

Fonte: JC Online

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