Morreu um ícone
gay mundial, Gore Vidal
Gore Vidal se definia como uma "puta fina"
O segmento gay está órfão. Morreu nesta terça-feira, 31,
Gore Vidal, aos 86 anos, vítima de pneumonia. Vidal era um dos maiores ícones
gays do mundo. Ele se definia como uma “puta fina”. Era considerado um dos
principais intelectuais gay do mundo. “Não existe isso da pessoa homossexual ou
heterossexual. Apenas existem atos homossexuais ou heterossexuais”, afirmava.
Autor de 25
livros, mais de 200 ensaios e peças de teatro. Gore Vidal foi ainda
argumentista de filmes como Calígula (1979) e Is Paris Burning (1966). O seu
terceiro romance, A Cidade e o Pilar (1948), causou bastante polêmica nos Estados Unidos por
ter sido uma das primeiras obras a retratar, sem ambiguidade, a temática homossexual.
Foi uma das primeiras figuras
públicas a combater os estereótipos em torno dos homossexuais. Na edição de
Setembro de 1969 da revista Esquire o também ensaísta escreveu: “Todos somos
bissexuais. Trata-se de um fato da nossa natureza. E todos somos sensíveis a
estímulos sexuais do nosso próprio sexo bem como do sexo oposto. Certas
sociedades, em certas ocasiões, sobretudo pelo interesse em manter o
abastecimento de bebês, têm desencorajado a homossexualidade. Outras
sociedades, especialmente as militaristas, têm-na exaltado. Mas,
independentemente de tabus tribais, a homossexualidade é uma constante da
condição humana e não é doença, nem pecado, nem crime... Apesar dos melhores
esforços das nossas tribos de puritanos para que o seja. A homossexualidade é
tão natural como a heterossexualidade. Reparem que eu utilizo “natural” e não
normal.”
O autor faleceu em Hollywood,
para onde foi viver em 2003 depois de ter vivido desde os anos 60 num palácio
de cinco andares em Ravello, Itália e após o falecimento do seu companheiro de
mais de 50 anos, Howard Austen.
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