quarta-feira, 24 de outubro de 2012


Militantes homossexuais de Curitiba recebem ameaças 
de morte

Ativistas LGBTs
Conforme divulgado na mídia, 15 ativistas LGBTs de Curitiba sofreram ameaças de morte. As intimidações foram recebidas por telefone, e-mail e redes sociais.

"A primeira ameaça que eu recebi foi no dia das eleições. Na hora não liguei, mas na segunda-feira seguinte ele voltou a ligar e disse que sabia onde eu morava e que iria me matar. Fui direto para o primeiro distrito policial. Depois comentei com outras pessoas e percebemos que as ameaças eram muito parecidas. Falam que estamos destruindo a família e que devemos morrer", comentou Toni Reis, presidente da ABGLT e uma das pessoas ameaçadas.

"Algumas pessoas são menos conhecidas e estão bem amedrontadas. Ameaçaram duas lésbicas, por exemplo, dizendo que iriam fazer um estupro coletivo e colocar objetos nos órgãos sexuais delas. As palavras eram de baixo calão, um horror", completou. 

A Secretaria de Direitos Humanos (SEDH) da Presidência da República enviou uma missão especial à Curitiba, composta pela Coordenadora-Geral da Ouvidoria Nacional dos Direitos Humanos, Irina Bacci, pelo Coordenador-Geral do Programa de Proteção aos Defensores de Direitos Humanos, Igo Martini, e por mais três integrantes da equipe técnica do Programa de Proteção.

A missão envolveu audiências com autoridades do governo estadual, incluindo a secretária da Justiça, Cidadania e Direitos Humanos (Seju), Maria Tereza Uille Gomes, e com os responsáveis pela segurança pública. Os processos foram encaminhados para o Centro de Operações Policiais Especiais (Cope), da Polícia Civil

Será criado um Comitê Interinstitucional composto por várias secretarias e ativistas de direitos humanos para acompanhar as denúncias. 

A ABGLT comunicou que as denúncias serão enviadas também ao governador do Paraná, Beto Richa (PSDB), ao Ministério Público e à Polícia Federal. Os ativistas pretendem, ainda, pedir uma audiência pública na Assembleia Legislativa do Paraná para discutir a questão. 

O Paraná registrou 419 violações contra o público LGBT em 2011, conforme consta no Relatório sobre Violências Homofóbicas no Brasil, publicado pela SEDH em julho de 2012.

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